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Mostrando postagens de abril, 2011

Eu e o florim

Mais complicado que o idioma (bizarríssimo!) é o dinheiro húngaro. O forint, ou florim para nós brasileiros, é uma daquelas moedas que adoram diversos e inúteis zeros à direita. Adicione a isso várias conversões diferentes possíveis. Fui estúpido o suficiente para trocar dinheiro no aeroporto - jamais caiam nessa - a uma taxa bem desfavorável ao oficial 1 € = 267 Ft . Mentalmente, adotei a tabuada do 250, que, convenhamos, é quase tão difícil quanto a do 8. De vez em quando, bate uma agonia que dura milésimos de segundo ao ver que uma garrafa de 500 ml de Coca custa 500 dinheiros. Se bem que, passado o desespero momentâneo, R$4,60 continua sendo demais. Há ainda a possibilidade de converter direto pro real comendo duas casas decimais e arredondando para baixo. Porém, após mais de dois meses sem ter contato real com a nossa moeda (ham ham), raciocinar em euro acaba sendo mais fácil. Fácil também é achar gente rindo da minha cara enquanto em demoro dois minutos no balcão do Mc

Lixo que é lixo

A coleta seletiva em Pisa não é tão seletiva assim. O plástico é o único dos materiais recicláveis que possui uma caçamba própria. Nós separamos papel, vidro etc do lixo orgânico, mas sabe Deus se isso vale alguma coisa, já que as sacolas vão todas para o mesmo lugar. A parte esperta dessa história é a forma como o lixo é coletado das ruas. As tais caçambas se concentram em vários pontos espalhados pela cidade, onde todos que moram perto vão deixar seus resíduos - o ponto mais perto da gente fica a duas quadras. Por isso, não existe lixeiro por aqui. Ninguém sequer encosta nas sacolas de lixo. Ficamos fascinados com a cena ontem. O caminhão para ao lado de uma das grandes latas de lixo. O motorista aciona umas garras que saem do automóvel, encaixam-se na caçamba e transferem todo o resíduo para a parte de trás do caminhão. O processo se repete até o fim da rua. Genial.A coleta seletiva em Pisa não é tão seletiva assim. O plástico é o único dos materiais recicláveis que possui uma c

É permitido fumar

As estatísticas falam em 25,4%, mas me parece que 100% dos italianos fumam. Para quem tem nojo de cigarro como eu, uma simples pernada no centro pode te deixar enjoado. Apesar da proibição do fumo valer para prédios oficiais, igual ao Brasil, a regra não é cumprida à risca. Já presenciei duas situações em que estudantes alimentaram seu vício dentro da própria faculdade. Ninguém deve se preocupar muito. Preocupação com o bem-estar dos outros os fumantes italianos não têm. No balneário de Viareggio, na terça-feira de Carnaval, estava eu bem tranqüilo, sentado num banco da praça lendo meu livro quando duas garotas juntaram-se a mim. Uma delas começou a fumar e, por causa da direção do vento, a fumaça vinha toda em mim. Olhei com cara feia, tossi forçadamente, e nada. Puto, peguei minhas coisas e fui pra outro lugar. Sem noção. O mais alarmante é que a população de fumantes não é composta só por adultos e idosos, muito pelo contrário. O que mais se vê por aqui são jovens e adolesce

Pessoas que te param na rua

Se você acha chato andar pela XV de Novembro por causa das moças das financiadoras ou das pessoas te entregando folhetos, te convido a vir a Pisa. Mais especificamente à Corso Itália ou à sua continuação após o Rio Arno. Dentre as várias atrações do percurso, jovens órfãos te pedem dinheiro para ajudar a manter sua casa (nobre), empregados de uma livraria te convidam a adquirir obras a um preço vantajoso (nem tão nobre) e senegaleses tentam te empurrar isqueiros e gomas de mascar (a nobreza passou longe). Isso sem contar o “tio das rosas”, que te oferece botões menos bonitos do que os que você está imaginando por um preço que só quem já pagou sabe qual é. ** A famigerada rua de pedestre, no momento, com um movimento razoavelmente suportável.

Ônibus britânicos

Andar de ônibus pelo Reino Unido é uma aventura, porém não das mais empolgantes. Seduzidos pelas £12, escolhemos o meio de transporte para as viagens entre Londres e Glasgow e depois de Edimburgo de volta à capital inglesa. Ambos os trechos foram feitos durante a madrugada. Em comparação com as salas de espera, os detectores de metal e etc de um aeroporto, embarcar no ônibus é uma tranquilidade. Chegamos em cima da hora, mostramos o papel impresso da internet e após o aceno de cabeça do motorista, estávamos liberados. A facilidade, porém, para por aí. Na hora de acomodar a bagagem no “porta-mala” do veículo, é cada um por si. E nada de bilhete para identificar sua mala. Se qualquer um que descesse antes de nós quisesse levar nossos pertences lá de baixo, poderia. Não tínhamos nada para provar que a bagagem era nossa. Além disso, os assentos não são numerados. Outra vez, é a corrida do ouro; quem chegar antes pega os melhores lugares. Imagine o fuzuê que se forma quando o ônibus