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Mostrando postagens de agosto, 2011

O país da bandeira quadriculadinha

Vira e mexe alguém me faz a clássica pergunta: "Qual foi a cidade que você mais gostou na Europa?". Sem titubear, logo respondo: "Zagreb". Já estou acostumado a ouvir como resposta um "ahn?", "onde?" e afins. Passados os balbucios e as sobrancelhas arqueadas, sei que devo explicar minha polêmica escolha hipotética. Fácil: a capital croata significa tudo de bom e puro que há no mundo. Como a praga chamada euro ainda não chegou lá - a Croácia sequer faz parte do clubinho vip conhecido como União Europeia -, tudo é muito barato até para nós, pobres não-europeus. Pode-se comer um belo prato de carne (sentado num restaurante) por menos de 5 euros - ou melhor, 35 kunas. Minha sugestão é ir no mercado e torrar as moedinhas locais em bera com limão, mil vezes melhor do que aquela tentativa frustrada da Skol de alguns anos atrás. Mais do que comes e bebes, a atmosfera de Zagreb é invejável. O pecado capital é esse mesmo: inveja. Meia-noite de sexta-

Onde a vaca (turista) vai...

O engraçado é perceber como as pessoas tendem a imitar umas às outras quando se encontram numa mesma situação - estranha a todas elas. Imagina-se que turistas americanos e do Oeste Europeu não peguem a linha Zagreb-Plitvice frequentemente, daí a cara de espanto da maioria dos passageiros à medida que o ônibus se aproximava do sensacional parque croata. Olhos cerrados, desconfiança no ar. Já é aqui? Ou é melhor descer no Portão b? Timidamente, os mais corajosos tomam a frente – não sem antes consultar seus pares. E todos os outros entram na onda. É o tal do “melhor errar em vinte do que sozinho”. Por sorte, no caso, o melhor era descer no Portão A mesmo. Após sair do ônibus de linha rumo à mina de sal em Wieliczka, ocorreu situação semelhante. Não tínhamos a menor ideia sequer de qual direção tomar se não fossem os dois casais que obviamente tinham o mesmo destino de nós. Mais engraçado ainda perceber que, quando o casal da frente parava para perguntar, o resto da caravana diminuía

Perdidos na noite

Como tudo na vida, chegar à noite em uma cidade completamente desconhecida tem seus prós e contras. Você já ouviu falar alguma vez em Triste? Pois a Piazza dell'Unità d'Italia, no centro da cidade italiana de alma eslovena, por exemplo, é espetacular após o por do sol. Encontrar as sustuosas construções muito bem iluminadas logo que põe os pés num dos últimos territórios anexados à Itália impressiona. O lugar ainda leva orgulhosamente o título de maior praça europeia à beira-mar. E você nem sabia onde ficava Trieste. Por outro lado, pequenos erros se tornam grandes erros na calada da noite. Que tal chegar em Viena perto da meia-noite e só então perceber que você não está estação de trem que planejava? E claro que a essa hora não há postos de informação para turistas abertos tampouco pessoas confiáveis - que falem inglês - na rua para pedir uma luz. Ao menos os trens urbanos só paravam dali a uma hora e vienenses de meia-idade nos ajudaram a achar o caminho do hostel. Dica:

Os 5 menos da Itália

Não dá para ganhar todas, né, dona Itália? 1 - Antipatia generalizada Graças a novelas globais e clássicos da Disney, temos conosco que os italianos são um povo receptivo e simpático. Não. Atreva-se a comprar tickets de ônibus numa tabacaria (o único lugar onde se vende) ou a apenas pedir uma informação genérica a qualquer pessoa aleatória. Eles não sabem, não querem saber e têm raiva de quem sabe. E de você também, turista. 2 - Turistas, muitos turistas Talvez a ira italiana tenha sua origem aqui. Por todo lugar onde se olha, vê-se aquele povo com chapeu, óculos de sol e garrafa d'água. Florença, por ser relativamente pequena e mundialmente famosa, é o cúmulo da concentração de forasteiros por m². Dica: se você procura um lugar tranquilo para passar as férias, faça um favor a todos nós e não vá à Itália. Depois não diga que não avisei. 3 - O caos de Nápoles Muito lixo, muito calor e muita gente lazarenta de feia. Se a cidade não fosse um trampolim para a Costa Amalfi

5 mais > 5 - Campo dei Miracoli

O nome oficial pode não despertar nenhuma emoção dentro de você, mas troque "Campo dei Miracoli" por "Aquele lugar onde fica a Torre de Pisa" e aí está. Na realidade, a praça é um tanto quanto subestimada pela crítica mundial. Não se trata apenas das adjacências da falha arquitetônica mais famosa do mundo. Você pode dar uma boa procurada pela Itália e dificilmente encontrará um lugar que concentra tantos monumentoS de valor histórico unidos a uma agradável área verde que serve de refúgio para o deleite dos exautos turistas (e moradores da cidade). Catedral, batistério, cemitério... Há até uma engraçadinha escultura de dois anjos estrategicamente posicionada para render bons enquadramentos dos edifícios. Vale a pena gastar um par de horas por ali e não apenas os dois minutos necessários para fazer a foto mais manjada do continente. É possível comprar tickets combinados para todas as atrações - com exceção da dita cuja. Aliás, a entrada para a Torre custa 15 euros, qu

5 mais > 4 - Os morros das Cinque Terre e da Costa Amalfitana

Não, aqui não há chuvas torrenciais no verão, tampouco deslizamentos de terra. Ou tráfico de drogas. Enfim, cancele todas as más conexões que seu cérebro faz ao ouvir a palavra "morro". Nessas duas regiões da costa da Itália, os declives geográficos só resultam em glamour e belas fotos (e, ok, talvez um pouco de dor nas pernas). Lá embaixo, o astral continua alto. A água verde-esmeralda e transparente ao mesmo tempo - mesmo que junto com as famigeradas pedrinhas escuras - é irresistível. Depois de esvaziar seus bolsos com o estacionamento (3 euros a hora) e suas reservas de energia com a caminhada até a praia, o que você mais precisa é de um belo banho de mar. ** Meu papel de parede do desktop. De verdade.

5 mais > 3 - As ruínas de Pompeia

Imagine que de repente sua casa, as construções da vizinhança e na realidade a cidade inteira onde vc vive desapareça. Em vez de magia à la Harry Potter, algo mais aterrorizante e poderoso que o bruxinho: o vulcão Vesúvio. Eis com vocês a história de Pompeia, uma próspera cidade onde os ricos e famosos de Roma desfrutavam suas férias, quem em 79 d.C. foi destruída por Você-sabe-quem. E assim permaneceu pelos 1669 anos seguintes. Agora, porém, o museu a céu aberto está aberto à visitações, a apenas meia hora de trem de Nápoles. Como a rocha vulcânica é uma proteção muito mais eficiente que milhares de anos de vento e chuva, os tempos, prostíbulos e até arenas de gladiadores estão melhor conservados que sua casa na praia. Dica: leve sanduíches, garrafas d'água e um belo chapéu quando for. Existe apenas um restaurante (caro) na entrada das ruínas e sombra, nem pensar. Os bulevares foram inventados depois de 79 d.C. ** Como a erupção aconteceu de manhã cedo, muitos nem conseguiram lev

5 mais > 2 - A Praça San Marco à noite

Durante o dia você corre o risco de nem dar muita bola para a praça central da mais que badalada Veneza. Mas de repente o sol de põe e aquele ponto meio sem graça se transforma. Outrora entupido de pombos e andaimes, o lugar mostra seu verdadeiro valor após o crepúsculo. Os turistas loucos à procura de paninos ou ímãs de geladeira que custem menos de 4 euros foram para seus hoteis, tomaram um banho e agora apreciam verdadeiros concertos ao ar livre (e de graça). Isso mesmo, concertos ao ar livre. Os cafés da Pça San Marco possuem espécie de palcos onde quintetos se apresentam para quem quiser apreciar sua música. Ao preço de 11 euros por um suco de laranja, você também pode acompanhar aos shows sentado. No entanto, perde o direito de ir e vir e escolher qual dos estabelecimentos apresenta a música mais interessante - e animada. Curiosamente, as canções "Zorba, o Grego" e "New York, New York", símbolo de nações diferentes da italiana, costumam levantar o público, que